Saramago... Adeus!



  "No final, descobrimos que a única condição para a vida existir é a morte"






Nesta sexta-feira, dia 18 de junho, o mundo ficou menos brilhante com a partida do escritor José Saramago, um dos maiores nomes da literatura contemporânea. Vencedor do prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e do prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa - Saramago deixa a vida, mas não a existência, eternizada em sua obra.

Saramago era considerado o criador de um dos universos literários mais pessoais e sólidos do século XX. Uniu a atividade de escritor com a de homem crítico da sociedade, denunciando injustiças e se pronunciando sobre conflitos políticos de sua época. Em 1997, escreveu a introdução para o livro de fotos "Terra", em que o fotógrafo Sebastião Salgado retratava a rotina do movimento dos sem-terra no Brasil. Entre seus livros mais conhecidos estão "Memorial do convento", "O ano da morte de Ricardo Reis", "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A jangada de pedra" e "A viagem do elefante" e "Ensaio sobre a cegueira", que conta a história de uma epidemia branca que cega as pessoas, metáfora da cegueira social, levado às telas pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles em 2008. O mais recente romance publicado pelo escritor foi "Caim", de 2009. Seu estilo de escrita era caracterizado pelos parágrafos muito longos e escassez de pontuações.

Vários escritores lamentaram a perda de Saramago. Eduardo Galeano, autor de As veias abertas da América Latina, lembrou a imortalidade da obra do escritor português: “Quero dizer, simplesmente, que neste mundo há finais que também são começos, mortes que são nascimentos. E é disso que se trata". Chico Buarque declarou carinhoso adeus ao “ grande zelador da língua portuguesa” e o cineasta Fernando Meirelles despediu-se em palavras: “A lucidez naquele grau é um privilégio de poucos, não consigo fugir do clichê, mas definitivamente o mundo ficou ainda mais burro e mais cego hoje". Também nós do Cultura de Travesseiro trazemos o nosso lamento o nosso adeus e a nossa homenagem a Saramago sem pontos ou vírgulas.


Comentários

  1. “Já estamos a viver neste planeta como sobreviventes. A cada dia que amanhece temos que fazer o possível para sobreviver. E devemos fazê-lo como insurgentes sistemáticos” (José Saramago)
    Falou Saramago com toda propriedade. Agora ele já não precisa fazer esse esforço diário para sobreviver! Ficamos nós com essa tarefa...

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  2. Saramago morreu, e o mundo não perde nada, pelo contrário, ele recebeu muitas homeganens, uma delas, uma ofensa aos católicos e a Cristo promovida pela revista Playboy e retirada de circulação pelo mal gosto.
    Não vai deixar saudades.

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