História de Mulheres

Texto Angela Mendez

Publicado no Jornal Sutiã - edição abril de 2009.




Li em algum lugar que a memória, individual e coletiva, é uma construção feita no presente a partir de vivências ou existência ocorridas no passado. Essa simples constatação lembrou-me a trajetória feminina em busca de sua afirmação na sociedade.

Não é novidade que as mulheres, nossas ancestrais, foram expostas e submetidas a inexprimíveis situações de descaso e ignorância. Ainda hoje relatos deste pungente passado estão vivos nos lares, famílias e moradas vizinhas; máculas de alerta para que cobremos respeito em nome da história e vivamos nossa autonomia, já conquistada.

Hoje, equilibradas em saltos altos, perdemos o equilíbrio ao não sermos ouvidas. Falamos para um grande público, escrevemos para algumas pessoas, sussurramos em particular e, ás vezes, gritamos. Gritamos quando nossa condição feminina é ameaçada, quando não somos reconhecidas ou quando sufocadas. Anos de espartilhos nos ensinaram a valorizar o ar que respiramos.

Além de nossa sagacidade e profissionalismo, agora colorimos e irradiamos as salas de reuniões e as diversificadas profissões com esmaltes, batons, lenços, laços e fitas. Acessórios de uma liberdade castigadamente adquirida .

Mulheres fizeram e fazem história e dessa história, ocupa-se também a literatura, esta incansável obreira na arte de registrar sociedades e costumes de anteriores épocas da civilização. Ler é conhecer e conhecimento é necessário para evitar retrocessos.

Na literatura foi que busquei inspiração para escrever estas linhas. O livro História de Mulheres, de Rosa Monteiro, apresenta perfis de mulheres interessantes, fortes, gloriosas e sofridas. Mulheres que muito além de duelar contra o sexismo de várias épocas da história da humanidade, venceram o preconceito, desafiaram padrões e reivindicaram o que hoje é o nosso presente.

Ler é conhecer e conhecimento é necessário para evitar retrocessos...


Comentários

  1. Amiga Ângela,
    Negar tudo isso que escreveu é o mesmo que atestar que não nasceu de uma mulher ou querer fazer acreditar que simplesmente apareceu por aqui, do nada.
    Um texto muito bonito, digno de louvor.
    Abraço,
    Regly

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  2. Regly,
    Valeu pela sua participação e pelas palavras que acredito, sinceras.
    BJS

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