Escritores da Língua Portuguesa - Unificação
GRITO NEGRO
Eu sou carvão!
e tu arrancas-me brutalmente do chão
e fazes-me tua mina, patrão.
Eu sou carvão!
E tu acendes-me, patrão,
para te servir eternamente como força motriz
mas eternamente não, patrão.
Eu sou carvão
e tenho que arder sim;
queimar tudo com a força da minha combustão.
Eu sou carvão;
tenho que arder na exploração
arder até às cinzas da maldição
arder vivo como alcatrão, meu irmão,
até não ser mais a tua mina, patrão.
Eu sou carvão.
Tenho que arder
Queimar tudo com o fogo da minha combustão.
Sim!
Eu sou o teu carvão, patrão.
ESPERANÇA
No canhoeiro
um galagala hesita
a cabeça azul,
Nos roxos sótãos do crepúsculo
a aranha vai fiando
sua capulana de teia.
E nós?
Ah, nós esperamos
na euforia das costas suadas
que o sol do vexame acumulado
deflagre.
POEMA DO FUTURO CIDADÃO
Vim de qualquer parte
de uma Nação que ainda não existe.
Vim e estou aqui!
Não nasci apenas eu
nem tu nem outro...
mas irmão.
Mas
tenho amor para dar às mãos-cheias.
Amor do que sou
e nada mais.
E
tenho no coração
gritos que não são meus somente
porque venho dum país que ainda não existe.
Ah! Tenho meu amor à rodos para dar
do que sou.
Eu!
Homem qualquer
cidadão de uma nação que ainda não existe.
AFORISMO
Havia uma formiga
compartilhando comigo o isolamento
e comendo juntos.
Estávamos iguais
com duas diferenças:
Não era interrogada
e por descuido podiam pisa-la.
Mas aos dois intencionalmente
podiam por-nos de rastos
mas não podiam
ajoelhar-nos.
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Acompanhe este Tópico:
Escritores da Língua Portuguesa - Unificação
José Craveirinha - Escritores da Língua Portuguesa -
Moçambique
José Eduardo Agualusa – Escritores da Língua Portuguesa - Angola
José Agualusa - Crônicas
Poesia de Mia Couto
Contos de Mia Couto
Mia Couto - Escritores da Língua Portuguesa - Moçambique
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GRITO NEGRO
Eu sou carvão!
e tu arrancas-me brutalmente do chão
e fazes-me tua mina, patrão.
Eu sou carvão!
E tu acendes-me, patrão,
para te servir eternamente como força motriz
mas eternamente não, patrão.
Eu sou carvão
e tenho que arder sim;
queimar tudo com a força da minha combustão.
Eu sou carvão;
tenho que arder na exploração
arder até às cinzas da maldição
arder vivo como alcatrão, meu irmão,
até não ser mais a tua mina, patrão.
Eu sou carvão.
Tenho que arder
Queimar tudo com o fogo da minha combustão.
Sim!
Eu sou o teu carvão, patrão.
ESPERANÇA
No canhoeiro
um galagala hesita
a cabeça azul,
Nos roxos sótãos do crepúsculo
a aranha vai fiando
sua capulana de teia.
E nós?
Ah, nós esperamos
na euforia das costas suadas
que o sol do vexame acumulado
deflagre.
POEMA DO FUTURO CIDADÃO
Vim de qualquer parte
de uma Nação que ainda não existe.
Vim e estou aqui!
Não nasci apenas eu
nem tu nem outro...
mas irmão.
Mas
tenho amor para dar às mãos-cheias.
Amor do que sou
e nada mais.
E
tenho no coração
gritos que não são meus somente
porque venho dum país que ainda não existe.
Ah! Tenho meu amor à rodos para dar
do que sou.
Eu!
Homem qualquer
cidadão de uma nação que ainda não existe.
AFORISMO
Havia uma formiga
compartilhando comigo o isolamento
e comendo juntos.
Estávamos iguais
com duas diferenças:
Não era interrogada
e por descuido podiam pisa-la.
Mas aos dois intencionalmente
podiam por-nos de rastos
mas não podiam
ajoelhar-nos.
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Ola, Convite aos poetas
ResponderExcluirPoetas, participem da Antologia,"7 pecados capitais"
Leiam as regras e enviem poemas.
Abraços fraternais,
Diana Balis
www.dianabalis.blogtok.com
http://www.7pecados.blogtok.com/
Magnificos poemas cheios de optimismo e de espiritu revolucionario! Obrigado por ter-os compartilhado connosco! :)
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