Luandino Vieira - Escritores da Língua Portuguesa - Angola

luandino vieira - escriotres da lingua portuguesa

José Luandino Vieira, ou, conforme registro de nascimento, José Vieira Mateus da Graça, nasceu em Lagoa do Furadouro - Vila Nova de Ourém - Portugal, no dia 4 de Maio de 1935. É, pois, um escritor angolano nascido em Portugal.

Ainda pequeno a família mudou-se para Angola, e lá Luanino Vieira tornou-se cidadão angolano ao combater junto a MPLA – Movimento Popular de Libertação da Angola - contra o domínio português, contribuindo, assim, com a criação da República Popular de Angola. Foi preso pela PIDE, em 1959, acusado de ligações ao “movimento independentista", sendo libertado em seguida.

em 1961 foi preso novamente e mandado para o Tarrafal, campo de concentração numa ilha inóspita para onde os presos de guerra eram enviados por Salazar. Luandino permaneceu preso por oito anos e foi na prisão que produziu grande parte de sua obra, incluindo o famoso livro de contos Luuanda . Ao receber liberdade condicional,Luandino passou a viver em Lisboa.

Em 1975, com a Independência, regressou a Angola onde ficou até 1992. Com o fiasco das primeiras eleições livres e com o recomeça de uma nova guerra civil, decide regressar a Portugal e isola-se de tudo e de todas na propriedade de um amigo no Minho, onde se torna agricultor.

Só em 2006 Luandino Vieira volta à cena com a publicação de O livro dos rios, primeiro volume de uma trilogia chamada De rios velhos e guerrilheiros. Além disso, também em 2006 , a obra Luuanda é aclamado com o Prêmio Camões 2006, o maior galardão literário para a língua portuguesa. Luandino recusa a premiação "por motivos íntimos e pessoais" segundo o que alegou num comunicado de imprensa. Contudo sabe-se por entrevistas dadas sobretudo ao JL, (Jornal de Letras Artes & Ideias), que não aceitou o prêmio por se considerar um escritor morto e que como tal o Prêmio deveria ser entregue a alguém que continuasse a produzir. E ele mesmo continuou a produzir...


BIBLIOGRAFIA
*Leia aqui poesias de Luandino Vieira.


CONTOS

A Cidade e a Infância
Coletânea de contos lançado em 1957 e 1986.A Cidade e a Infância é um conjunto de histórias de infância e retrata o ambiente difícil que se vive nos musseques, onde condições de vida violentas empurram jovens para a prostituição e crianças para a fome, onde o racismo e a humilhação se inscrevem em novos e velhos. (Fonte: Editorial Caminho)

Duas Histórias de Pequenos Burgueses
Coletânea de contos lançada em 1961.

Luuanda
Seleção de contos publicada em 1963 e reeditada em 2004. O livro Luuanda recebeu o prêmio literário angolano Mota Veiga, em 1964, e o Grande Prêmio de Novelística da Sociedade Portuguesa de Escritores de 1965.
*Leia aqui o conto "Vavó Xíxi e seu neto Zeca Santos"

Vidas Novas
Estas narrativas foram escritas de 28/6 a 28/7/62, no Pavilhão prisional da P.I.D.E., em Luanda. Apresentadas ao concurso literário da Casa dos estudantes do Império, Lisboa, foram distinguidas com o Prémio João Dias, 1962, por um júri de que faziam parte, entre outros, Urbano Tavares Rodrigues, Orlando da Costa, Lília da Fonseca, Noémia de Sousa e Carlos Ervedosa. (Fonte: Criticaliteraria.com)

Velhas Estórias
"A vida é um rio de complexas águas", afirma um personagem de Luandino. As suas estórias – as velhas, as de dentro, as todas – têm essa força fluvial que é poética e torrencial, em fuga do fácil, do supérfluo.Estas "estórias", sempre novas porque velhas, lembram um quintal angolano onde desfilam os códigos e as dinâmicas de convívio, mas também os trejeitos e os cheiros que só quem soube escutar a realidade pôde assim vir a recriá-la.Profundo peregrino de si próprio, Luandino Vieira faz o que tem de ser feito: nos seus livros renasce a literatura angolana. (Fonte: casadellibro.com)

Duas Estórias
Coletênea de contos lançada em 1974.

No Antigamente, Na Vida
Numa entrevista concedida a Michel Laban, em Luanda, 1980, José Luandino Vieira declara considerar sua obra No antigamente, na vida, o livro que deve ser lido com mais atenção. "É um livro para ser lido devagar, porque as histórias que lá estão também são histórias de um tempo que é já distante, a infância, e que tentei descrever a tal nível. É um livro fascinante, que desafia, como um enigma, a inteligência e a sensibilidade do leitor. Editado pela primeira vez em 1974, No antigamente, na vida é na realidade um tríptico, do qual escolhemos a "tábua" central para objeto de nossa reflexão. (Fonte: geodados.pg.utfpr.edu.br)

Macandumba
Embora privilegiando o ambiente e as gentes dos musseques, Luandino - através das "andanças" de Pedro Caliota, personagem deliciosa - espraia o olhar pela sua cidade e, numa prosa poética onde são nítidas as influências da oralidade, as interrogações amargas, a ironia, narra "inúmeras e grandes confusões", isto é: "macandumba". por Maria Cristina Pacheco (Fonte: Editorial Caminho)

Lourentinho, Dona Antónia de Sousa Neto & Eu
Duas novelas compõem este livro - "Kinaxixi Kiami" e "Estória de família" (Dona Antónia de Sousa Neto), duas novelas que se passam nos últimos anos do colonialismo em Angola e que mostram duas faces a um tempo interligadas: a do interior do país e a da capital. (Fonte: bbde.org)

História da Baciazinha de Quitaba
Coletânea de conto lançada em 1986.



NOVELA

A Vida Verdadeira de Domingos Xavier
Novela publicada primeiramente em 1961 e reeditada no ano de 2003. Domingos António Xavier, o tractorista, nunca fizera mal a ninguém. Só queria o bem do seu povo e da sua terra. E por lhes querer bem não falou os assuntos do seu povo nem se vendeu. E por lhes querer bem o mataram. E por isso, no dia da sua morte, ele começou a sua vida de verdade no coração do povo angolano.A vida verdadadeira de Domingos Xavier é um clássico da literatura angolana. Foi traduzido para vários idiomas.(Fonte: Nova Cultura)

João Vêncio. Os Seus Amores
Novela lançada em 1979 e 2004. A trama centra-se na figura de João Vêncio, considerado por muitos anti-herói. Este torna-se um marginal em consequência de traumas de infância, rígida disciplina na escola dos brancos, miséria e violência nos musseques, lugar, por excelência, de exclusão social. A história desenvolve-se a partir de uma longa confissão de João Vêncio que se encontra na cadeia, acusado de homicídio e de perversões sexuais. (Fonte: infopedia.pt)



ROMANCE

Nosso Musseque
Romance editado em 2003, Nosso Musseque foi escrito na prisão da PIDE em Luanda entre Dezembro de 1961 e Abril de 1962 e manteve-se até então inédito. A sua publicação 40 anos depois de ter sido escrito revela um Luandino Vieira no seu melhor: um retrato do musseque luandense, retrato físico, paisagístico e humano, que só um grande escritor pode conseguir. (Fonte: Editorial Caminho)

Nós, os do Makulusu
Romance editado em 1974 e 2004 no qual, partindo de um contexto concreto do início das lutas pela libertação de Angola, (implícito no texto) o autor escolhe o recurso da memória para contar a experiência do narrador frente à morte do irmão. A narrativa descontínua está diretamente relacionada à fragmentação da memória e do país. O tiro que inicia o livro desencadeia um processo de desintegração da vida e da identidade do narrador, diretamente relacionada com o momento de mudança pelo qual o país está passando. O recurso à memória da infância, além de permitir uma construção poética de alta densidade ligada ao mundo interior de “Mais Velho”, nos conduz por um passeio pelas ruas de Luanda que transformam essa memória em experiência vivida. por Vanesa Molnar(Fonte: Casa da Palavra)

O Livro dos Rios
Primeiro volume de uma trilogia subordinada ao título 'De Rios Velhos e Guerrilheiros', nele reencontramos a "voz" inconfundível do autor na quebra da sintaxe convencional, na presença de neologismos, na incorporação de expressões em quimbundo, para mencionarmos apenas algumas das marcas essenciais da escrita e da obra de José Luandino Vieira. Contenção e transbordamento – o rio e as suas margens – reflectem-se nestas páginas em que se projecta a história recente de Angola, mas não só. É também de outras crises que O Livro dos Rios se ocupa, abismos de contemporaneidade e problemas que desde tempos imemoriais têm envolvido o homem e mobilizado os grandes escritores. (Fonte: Bertrand Livreiros)

A Guerra dos Fazedores de Chuva com os Caçadores de Nuvens.
Uma estória de guerras, para crianças. Estória e não história, porque a narrativa é como um mussosso tradicional angolano. E as guerras são o confronto da natureza com a tecnologia. Ou dos donos da terra com os de fora da terra. Ou dos invadidos com os invasores. Dos oprimidos com os opressores. A solução deste conflito vem da natureza quando os jacarés tomam partido. Ouçamos, no final, a fala do grande chefe Kibaia: Disse: "Só as crianças podem ser ao mesmo tempo vítima, testemunha, juíz e carrasco".(Fonte: Bertrand Livreiros)



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