Jonathan Swift : As Viagens de Gulliver em Sala de Aula

por Angela Mendez,  Miguel Lopez ,
Marcelo Spalding e Roberta Freitas





1. Sobre Jonathan Swift

Nascido em 30 de novembro de 1667, Jonathan Swift foi criado pela mãe, pois o pai morrera oito meses antes do seu nascimento. Aos seis anos, foi para uma escola de nível aristocrático. De lá partiu aos 14 anos para a Universidade de Dublin, sendo essa formação provavelmente paga por um tio abastado. Em 1689, tornou-se secretário de William Temple, primeiro grande ensaísta inglês, diplomata e membro do Parlamento que, no auge da sua importância, abrigou Jonathan Swift. Com sua vasta biblioteca, seus ensinamentos sobre os bastidores dos conturbados momentos da política inglesa e seus amigos influentes, Temple inseriu seu pupilo na elite cultural inglesa, fazendo de Swift um jovem tão talentoso que, após alguns anos na companhia do seu mestre, recebeu o posto de diácono em uma de suas viagens à Irlanda. E foi partindo em defesa de Temple que Swift escreveu A Batalha dos Livros. Ao mesmo tempo, Uma História de um Tonel ressaltava o satirismo do irlandês numa história cheia de crítica às disputas dogmáticas e políticas das Igrejas Católica, Protestante e Anglicana, não à toa representadas pelos personagens Pedro, Martinho e João.

Jogado no furacão da história da Inglaterra, Swift fez parte de uma fermentação de intelectuais que teve início a partir da restauração da monarquia, com a coroação de Charles Stuart, e vigorou após o protetorado Commonwealth, em 1660: figuras como John Dryden (satirista e poeta de grande inspiração que revitalizou o teatro inglês), William Congreve (comediógrafo ousado), Joseph Addison (poeta), Daniel Defoe (jornalista e romancista que, pela ousadia, foi chicoteado no pelourinho e virou alvo de ovos podres e lama pelos transeuntes; teve como grande obra jornalística o seu Diário Sobre o Ano da Peste, e foi autor do famosíssimo Robinson Crusoé, além de Moll Flanders, sua obra-prima). Também podemos citar John Arbuthnot (criador de uma figura sempre recorrente na literatura inglesa, John Bull, estereótipo do inglês aristocrático sensato), John Gay (poeta de grande sucesso na época de Swift, mas de menor genialidade que o irlandês) e Alexander Pope (poeta de verve satírica afiadíssima, e não por coincidência grande amigo e Swift).

Em 1699, com a morte de William Temple no início do ano, Swift rumou para sua terra natal, onde trabalhou junto ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Em 1701, doutorou-se em teologia pelo Trinity College, da Universidade de Dublin. Nessa época, aproximou-se de intelectuais como Halifax e Sommers, e escreveu seu Discurso Sobre as Dissenções entre os Nobres e os Comuns em Atenas e Roma, na qual mais uma vez usou de alusões para demonstrar suas convicções políticas. E foi nesse discurso que Swift tomou partido dos whigs, puritanos e defensores do poder parlamentar perante o rei. Em 1704, publicou anonimamente Uma História de um Tonel, A Batalha dos Livros e Discurso Concernente à Operação Mecânica do Espírito. Dotado de uma diplomacia admirável, Swift foi mandado diversas vezes por bispos irlandeses à Inglaterra para tratar sobre questões tributárias, políticas e religiosas para a Igreja Anglicana.

Tanto por seus panfletos satíricos quanto por sua diplomacia adquirida nos anos em que residiu na casa de William Temple, a fama de Jonathan Swift só cresceu, mas isso não lhe trouxe um ministério ou um bispado na Igreja Anglicana. Em 1710, os whigs perderam força e os tories (grupo político composto por conservadores e aliados da coroa, além de reivindicadores de um fortalecimento da Igreja Anglicana) assumiram o ministério dos bretões. Em meio a essa mudança de rumos na política bretã, Swift aderiu aos tories e voltou para Londres, onde foi ridicularizado em diversos panfletos satíricos. Mas ele não deixou por menos; também bateu firme nos whigs com seus panfletos.

Nesse período de troca de farpas entre tories e whigs, Swift teve a saúde piorada. Porém, a adesão aos tories o aproximou de outros grandes nomes de sua época: John Gay, o já citado Alexander Pope, John Arbuthnot e Parnell, formando assim o Scriblerus Club em 1713 (agremiação que combatia e ridicularizava opositores e despreparados intelectuais que pousavam de figurões na Inglaterra). Foi também durante essa efervescência intelectual que Swift alcançou o maior posto hierárquico que teve na Igreja Anglicana – aldeão da catedral de St. Patrick. Após a chegada a esse posto eclesiástico respeitável, mudanças repentinas acometeram a política bretã. O governo tory começou a entrar em colapso que se agravou no ano seguinte com a morte da rainha Ana. A queda dos tories foi iminente e, após a chegada de George I ao trono inglês, os whigs recuperaram o poder ministerial. Fortalecidos, retomaram com empenho as críticas ferozes aos tories, e Swift foi um dos alvos preferidos. Abalado, adoeceu e retornou à Irlanda.

Foi nesse retorno que Swift começou a bater de frente contra os poderosos da Igreja e a acusar os abusos ingleses em defesa feroz aos interesses irlandeses, o que daria em pouco tempo a Swift a fama de grande patriota. Nessa época surgiu sua obra máxima: Viagem a Várias Nações Remotas do Mundo, que ficou mundialmente conhecida pelo nome de As Viagens de Gulliver.


2. A questão da adaptação

Para o presente trabalho, o grupo leu uma adaptação infanto-juvenil de Viagens de Gulliver por Cláudia Lopes, que também traduziu a obra, pela editora Scipcione. A adaptação simplifica a sua linguagem e corta alguns trechos, como a cena em que Gulliver faz xixi no castelo, ou a cena do seio gigantesco, tornando-a mais concisa e “politicamente correta”.

A questão da adaptação é sempre polêmica. Daniel Pennac, em “Os direitos imprescindíveis do leitor”, defendendo o direito de pular páginas, afirma que:

[...] se não decidem por si mesmos por aquilo que está à disposição, pulando as páginas de sua escolha, outros o farão no lugar deles. Outros se armarão das grandes tesouras da imbecilidade e cortarão tudo que julgarem “difícil” demais para eles. Isso dá resultados assustadores: Moby Dick ou Os miseráveis reduzidos a resumos de 150 páginas, mutilados, estragados, raquíticos, mumificados, reescritos para eles numa linguagem famélica que se supõe ser a deles. Um pouco como se eu me metesse a redesenhar Guernica sob o pretexto de que Picasso tivesse jogado ali traços demais para um olho de doze ou treze anos.

Os estudos mais modernos de literatura comparada, porém, têm visto a própria tradução como uma adaptação em si. Conforme aponta Carvalhal (2003, p. 217), “se as línguas são diferentes, traduzir significa levar em conta essas diferenças; se antigamente a possibilidade de traduzir indicava a preponderância das similaridades sobre as diferenças, atualmente pode-se dizer que a tradução ilustra a irreconciabilidade das diferenças”.

A tradução e a adaptação, quando qualificadas, são capazes de ampliar o alcance de uma obra literária, conforme destaca a autora:

Vista assim, a tradução é mais do que uma via de acesso ao universo literário; é uma forma de reconhecimento literário e não apenas uma “transposição lingüística”. Portanto, a tradução de um texto raramente é independente do sistema que deve acolhê-la. Os papéis hoje atribuídos aos tradutores e às traduções nos processos de disseminação e de recepção literários, aqui mencionados, seriam certamente suficientes para que se considere a importância desse tipo de estudo no âmbito da literatura comparada, para que nele encontremos interesse e para que se converta em objeto de permanente reflexão. (2003, p. 248).


É importante que, num trabalho em sala de aula com uma obra adaptada e/ou traduzida, o professor tenha o cuidado de não tratá-la como original, mencionando a existência da versão primeira e, se possível, conheça mais de uma adaptação da obra. Por outro lado, ele não precisa ter preconceito com a adaptação. Ela deve ser utilizada como recurso facilitador ou mediador, para motivar os alunos à leitura e ao conhecimento de clássicos como Gulliver.



3. Viagens de Gulliver e seus aspectos políticos e culturais: uma leitura da versão original

O romance Viagens de Gulliver está dividido em quatro longas aventuras marítimas do capitão Lemuel Gulliver por terras longínquas e completamente desconhecidas dos governos europeus. Na primeira viagem, Gulliver chega a Liliput (ilha-império de natureza e habitantes minúsculos) após ter naufragado, e é mantido prisioneiro dos liliputianos, que combatiam em uma guerra antiga com Blefuscu (império vizinho, idêntico em tamanho ao de Liliput). O motivo da divergência estava relacionado ao modo correto de se quebrarem os ovos, sátira de Swift aos absurdos políticos da Grã-Bretanha, às tramas palacianas, ao pouco caso para com os assuntos urgentes da política, às picuinhas e às declarações de amor e ódio dos intolerantes aos homens de pensamento minimamente divergente dos seus, levando, assim, nações inteiras à guerra. Não é por acaso que Liliput e Blefuscu são impérios próximos, como a Inglaterra e a Irlanda.

É a essa atmosfera de complôs, traições, segredos, infestados de adeptos do “tapinha nas costas” que Swift direciona sua bofetada. É cuidadoso o seu trabalho de criar personagens de pequenez física tão grande quanto à miopia política de ambos os reinos. É nesse reino em que os ministros são escolhidos a partir de suas habilidades acrobáticas que Gulliver passa de grande espetáculo ao rei e a seu clero para herói, ao salvar a rainha das chamas urinando no palácio e ao roubar os navios de Blefuscu para evitar o ataque inimigo. Mas acaba sendo rotulado como iminente traidor do império pelos conselheiros do rei. E assim como Swift, Gulliver busca asilo na ilha vizinha, e de lá consegue ser resgatado por um navio inglês.

Na segunda parte do romance, Swift descarta sua lente divergente e, em uma análise dialética do mundo e com a lente convergente da crítica, aumenta tudo desproporcionalmente. E é nessa terra, Brobdingnag, que até um seio feminino se torna asqueroso em sua proporção gigantesca, com texturas e manchas invisíveis aos olhos dos gigantes. Até em um dos órgãos mais desejados no universo sexual masculino, Swift nega a perfectibilidade humana, o espírito renascentista do homem como ser perfeito, transformando o seio num objeto asqueroso .

Nesse mundo enorme em que qualquer banalidade se torna um problema, a captura de um pintarroxo parece uma desesperada luta entre o homem e uma grande ave pré-histórica. Mas nada se compara ao espetáculo funesto da execução de um prisioneiro por decapitação. Em proporções normais, esse ato bárbaro, que durante muito tempo foi visto como evento maravilhoso na Idade Média e Moderna, toma proporções de atrocidade jamais vista, levando-se em conta o tamanho do executado. Talvez não haja na literatura um espetáculo tão terrível quanto esse, no qual a cabeça tomba, provocando um som aterrorizante, e o sangue jorra da altura semelhante à do jato d’água da fonte do Palácio de Versalhes.

Gulliver, após passar por pequeno objeto de exibição da plebe, é comprado pela rainha e vira grande amigo do rei, com quem tem longas conversas. Em uma delas, o rei pede-lhe que fale mais sobre sua terra, com suas instituições. Gulliver fala da estrutura dos poderes de um reino de modo pomposo e, ao terminar, o rei questiona-o sobre as contradições e as injustiças de toda espécie na terra do navegador, dá palpites sobre possíveis providências que poderiam ser tomadas para uma melhor administração do país, e conclui dizendo a Gulliver que a grande maioria dos seus semelhantes é representada pela mais perniciosa raça de pequenos e odiosos insetos jamais produzidos pela natureza a rastejar na superfície da Terra.

Para melhorar sua imagem perante o rei, Gulliver oferece-lhe seus conhecimentos sobre a fórmula de fabricação de um pó capaz de explodir com uma força incrível a partir de uma faísca. Ao ouvir o relato das proezas que esse pó poderia fazer e de como poderia ser usado para subjugar qualquer cidade que desejasse se opor ao seu reino, o imperador roga para que não lhe diga como fazê-lo, pois prefere perder meio reino a saber de tão horroroso invento. A dissimulação de Swift é tão grande que, pela boca de Gulliver, ele fala das monstruosidades humanas, detalhando os suplícios e as dores da agonia e da morte como se relatasse as ações triviais de uma criança brincando em um jardim ensolarado.

Após retornar à Inglaterra por um grande lance de sorte, o capitão Lemuel Gulliver lança-se ao mar novamente e acaba como refém de piratas que o deixam em um bote com pouco para sobreviver. Ao desembarcar em um arquipélago de cinco ilhas, descobre que estas são governadas por uma ilha voadora chamada Laputa. Seus habitantes vestem trajes com estampas de instrumentos musicais e formas geométricas que representavam a música e a matemática, únicos temas que interessavam realmente os laputianos. É nessa parte que Swift critica abertamente os intelectuais do quadrivium – grupo que reúne aritmética, geometria, astronomia e música como os quatro ramos dos sete que compunham as artes liberais estudadas nas escolas medievais. Não é de se estranhar um ataque de Swift aos intelectuais dessas áreas, pois o grande mestre irlandês sempre foi um defensor que sabia usar como ninguém as artes da gramática, da lógica e da retórica, que compunham o trivium. Somente preocupados com trivialidades que os imbecilizavam por completos, os habitantes de Laputa não são admirados por Gulliver, que sai da ilha em busca de outros lugares.
Chega, então, a Balnibarbi, local em que diversos cientistas projetam estudos e experimentos completamente estúpidos, como transformar o excremento humano novamente em alimento, transformar gelo em pólvora, construir uma casa a partir do teto, arar a terra com porcos, curar a cólica bombeando ar no ânus do paciente, e lembrar os políticos de honrarem com seus compromissos à base de socos, beliscões e pontapés, até o cumprimento das promessas. E assim Swift vai metralhando alquimistas, arquitetos, agrônomos e médicos numa sátira de incessante humor e refinamento.

Saindo do país dos inventores frustrados, Gulliver segue para Glubbubdrig, terra de moradores mágicos e feiticeiros com poderes necromânticos, que permitem a comunicação do personagem com grandes vultos da história da humanidade, a fim de saber a real versão dos fatos ocorridos. Criticando a falibilidade da História, Gulliver se surpreende com os relatos e com a visão do senado romano que, segundo o navegante, parecia um congresso de heróis e semideuses, e de uma assembléia representativa moderna que lembrava “uma súcia de bufanheiros, punguistas, salteadores e fanfarrões”.

Na seqüência das suas viagens, chega a Luggnagg, terra em que a mendicância é proibida pelo governo, mas apesar de os moradores serem sustentados pelo Estado, recebem uma pensão medíocre. De lá, o autor parte para o Japão e, numa rápida passagem, ruma em um barco holandês para a Inglaterra.

Na última parte do livro, Gulliver é vítima de um motim, sendo degredado de uma terra totalmente estranha e aparentemente inabitada. Inicia sendo atacado por homens em um estado completamente selvagem, e sobrevive graças aos houyhnhnms, cavalos dotados de grande sabedoria e bondade. Lá, Gulliver adapta-se muito bem. Conversa sobre guerras, castigos, leis e diversas outras definições que não existem para os houyhnhnms, e deixa os cavalos a par da situação política da Europa, das guerras religiosas, dos armamentos terríveis usados pelos homens que, na terra dos houyhnhnms, são selvagens e chamados de yahoos. E é destrinchando essa situação de vícios e desgraças dos yahoos ingleses, que Gulliver começa a perceber o grau de selvageria que o homem tem em si, e o quanto as instituições deturpam e destroem qualquer humanidade em um homem. É nesse manifesto contra tudo e contra todos que Swift chega ao ponto de maior importância da história. Ao ser obrigado a afastar-se dos houyhnhnms, Gulliver é encontrado por marinheiros que procuram salvá-lo. Mas ele se recusa ferozmente a ser ajudado, por preferir viver entre os bárbaros a voltar à civilização, por preferir os cavalos aos homens, por querer uma nova civilização, querer virar um novo Adão. O personagem não mais critica os whigs e tories, como fez em Liliput e Brobdingnag, nem os intelectuais, como em Laputa, ou os cientistas, como em Balnibarbi, ou tampouco os historiadores, como em Glubbubdrig. Mas a humanidade toda é condenada à miséria nesse livro que não deixa pedra sobre pedra; um livro no qual nenhum argumento resiste ao dedo em riste de Swift. É difícil lembrar alguma obra que vá mostrando a miséria humana aos poucos e vá aumentando essa exibição em giros concêntricos que acabem devorando tudo com uma ferocidade somente possível em um homem incapaz de enganar-se, depois de tanto se desiludir com a miséria humana, depois de lutar por anos e colecionar apenas derrotas acachapantes.


4. Aspectos temáticos e estruturais da obra: uma leitura da versão adaptada

Gulliver, narrador e personagem principal do livro, é um jovem médico inglês que, fascinado pelo mar, abre mão do convívio familiar e do exercício da sua profissão no consultório convencional para se aventurar em viagens de navio pelo mundo. A obra é dividida em quatro partes. Para cada parte, uma aventura em um lugar desconhecido. Em cada lugar, surpresas, sustos e lições de aprendizado que o herói guarda para toda a vida.

A estrutura geral do texto é narrativa, intercalada com períodos de descrições minuciosas e de diálogos, o que alimenta a imaginação do leitor e faz com que a ficção se torne tão convincente quanto um fato real. É possível que o autor se aproveite do elemento fictício para nele poder expor com liberdade sua visão crítica e pessimista de mundo e de como o homem se organiza política, social e economicamente nesse mundo.

A facilidade do personagem em aprender idiomas pode ser vista como elemento recorrente. Seguindo a mesma linha de raciocínio, é quase sempre uma tempestade que muda o rumo traçado inicialmente por cada embarcação. E é sempre o mar, com o resgate por um navio inglês, a possibilidade de retorno à sua pátria, ao seu lar.

A primeira aventura se passa em Lilliput, terra de seres humanos pequeninos, porém semelhantes aos ingleses em tudo, especialmente na ganância pelo poder, nas disputas partidárias, nas habilidades duvidosas (porém interessantes do ponto de vista metafórico) que garantem a permanência de um Ministro de Estado em seu cargo e nas estratégias de guerra por motivos irrelevantes. No caso de Lilliput, um bom Ministro de Estado, por exemplo, deve ser um bom equilibrista; a rivalidade política interna se dá pelo tamanho dos saltos dos sapatos permitido ao uso; e o motivo da iminência de uma guerra contra Blefuscu (país vizinho e rival) se justifica pelo lado mais largo ou mais estreito em que se cada país decide quebrar um ovo.

Gulliver, prisioneiro a princípio, é sempre bem tratado e induzido, por isso, a jurar fidelidade ao rei. Acredita estar fazendo a coisa certa roubando os navios de Blefuscu para impedir uma invasão. Torna-se mediador de um acordo de paz entre os dois países, mas acaba sendo acusado de traição pelo rei de Lilliput por não compactuar com os planos gananciosos do monarca de matar os exilados e escravizar os Blefuscuanos. O aventureiro aprende que não se pode confiar muito no humor dos poderosos. Ao saber da sua pena (ficar cego), resolve fugir para Blefuscu e, após encontrar milagrosamente o seu bote que havia perdido na praia, despede-se e fica navegando até encontrar um navio inglês ao terceiro dia.

A segunda aventura se dá em Broddingnag, após uma tempestade que muda o curso de uma viagem com destino à África. Durante a exploração da ilha, Gulliver perde-se dos seus amigos. A situação se inverte, pois ele passa a ser o pequenino naquela terra de gigantes. Um fazendeiro o leva para a sua casa, onde passa por situações de perigo diante do bebê e do gato, mas é sempre salvo pela filha do fazendeiro que cuida do aventureiro como se fosse um brinquedo vivo. Não demora muito tempo e Gulliver é submetido a cansativas viagens pela cidade para ser exibido ao povo e, com isso, enriquecer o fazendeiro. Explorado ao máximo, enfraquece e adoece. Insaciável, o fazendeiro resolve vendê-lo, achando que ele morrerá nas mãos de um tolo comprador. Por sorte, Gulliver é vendido ao Rei, e a capacidade argumentativa do aventureiro facilita a sua situação, permitindo que a menina o acompanhe: o pai acha honroso que sua filha seja educada na corte, a menina fica feliz por não se separar de Gulliver, o pequenino fica tranqüilo pela garantia de ser bem cuidado por ela, rei e rainha ficam livres da obrigação de cuidar do “novo objeto de distração”.

Durante uma de várias conversas com o rei, Gulliver se sente tão inferior quanto o seu real tamanho em relação ao povo de Brobdingnag. E essa é mais uma lição de aprendizado. O rei acha graça dos usos e costumes dos ingleses, deixando margem para supor que a Inglaterra não tem competência para escolher seus representantes, facilmente seduzidos por somas de dinheiro ou propostas de vantagens e troca de favores. A sua justiça lhe parece lenta e opressiva, com possível influência religiosa ou política nas decisões. O seu povo é tido como essencialmente belicoso, pois gasta muito em armas para guerras sucessivas e intermináveis. O soberano cita o exemplo da constituição do seu país, que “colocou cada um em seu devido lugar e determinou com clareza os deveres e as obrigações, sem deixar margem a nenhuma interpretação dúbia”.

Gulliver passa a enfrentar perigos novamente, com o anão do castelo que adora jogá-lo nos potes de creme, com uma macaca que quase lhe tira a vida numa tentativa de seqüestro, com um sapo que quase naufraga sua embarcação num lago improvisado pela menina, e com um cão que quase o engole. O desejo de ir embora aumenta após saber das intenções do rei em arranjar-lhe uma esposa. A ideia de gerar descendentes prisioneiros o desagrada, pois não há conforto no mundo que compre a liberdade de um homem. Aproveita um convite para uma viagem com a família real ao litoral sul do país para avistar uma saída pelo mar, e num momento de distração em que é deixado sozinho na sua caixa que servia de casa, Gulliver acaba sendo capturado por uma águia, que agarrou a caixa e a soltou no mar. Novamente à deriva, é socorrido após uma hora por um navio inglês. A dificuldade dos ingleses em abrir a enorme caixa, somada a alguns objetos que o aventureiro trouxera de Brobdingnag, como um dente do pajem, enormes agulhas e alfinetes, e um anel da rainha, o livram da condição de ser julgado como louco ou criminoso pelos tripulantes, sujeito a viajar nos porões imundos do navio.

A terceira aventura ocorre na ilha voadora chamada Laputa. Após insistentes e tentadoras propostas do amigo Willian, segue viagem para as Índias Orientais. Lá chegando após oito meses, separa-se do amigo para comandar, a pedido dele, outro barco menor com 14 tripulantes e buscar outros produtos nos arredores. Após se refazer de uma tempestade, é rendido e capturado por piratas que resolvem abandoná-lo num barco sem suprimentos, para que morra aos poucos no mar. Por sorte, encontra um arquipélago e, após explorar suas cinco ilhas inóspitas, descansa. No dia seguinte, avista a ilha voadora. Gulliver, lá, conhece um povo que coloca a ciência acima de tudo na vida, de um modo tão alienado que cada cidadão intelectual precisa estar acompanhado de um assistente, que funciona como um despertador para sacudir balões nos seus rostos visando a fazê-los atentar para as preocupações locais. Extremamente inteligentes para alguns assuntos e completamente despreparados para outros, os Laputianos não demonstram prazer nem afetividade. É um povo inquieto e sem paz de espírito, com mulheres entediadas – algumas das quais fugiram para não mais voltar. A exceção são os empregados e os mais humildes, com quem Gulliver tem maior afinidade.

A posição no ar dava status de supremacia e despotismo aos governantes, alienados e distantes de seu povo das ilhas de terra firme. Ao menor sinal de insubordinação da população, os castigos iam desde o abandono, com cessação do fornecimento de suprimentos, até o apedrejamento do alto ou mesmo a destruição total do local através do esmagamento provocado pela ilha voadora.

De posse de uma autorização para conhecer as ilhas de terra firme, o viajante chega a Balminarbi, uma terra que, de próspera, alcançara a miséria em função da criação de uma Academia de Projetos que não se aplicam na prática, por nunca estarem perfeitos para serem considerados prontos: solo lavrado por porcos, tecidos feitos de teias de aranha e coloridos conforme a cor das moscas consumidas, tentativas de transformar gelo em pólvora e de amolecer o mármore para a confecção de travesseiros, ovelhas sem lã, eliminação de palavras do idioma que não sejam substantivos, com posterior eliminação da própria língua e sua substituição por mímicas, bolinhos com teoremas matemáticos para se fixarem na memória de quem os consumir, etc. A lição de aprendizado que Gulliver assimila é a de que o excesso de conhecimento aliena as pessoas, tornando-as às vezes mais inúteis do que na condição de ignorantes.

Ao saber que a cidade de Luggnag mantém comércio com o Japão, acentuam-se as suas esperanças de voltar pra casa. Antes, porém, Gulliver passa por Glubbubdrig, a ilha dos mágicos que, na verdade, eram mortos. A palidez dos seus rostos e a facilidade com a qual desapareciam se justificava pela sua condição de espíritos. O aventureiro, então, aproveita a oportunidade para entrevistar Homero, Aristóteles e algumas personalidades importantes da Inglaterra, e se desaponta diante da inversão de valores, dos erros da justiça e das interpretações errôneas sobre teorias e ideias que transformaram as concepções de mundo em suas épocas. Em Luggnag, não tem oportunidade de conhecer pessoalmente um imortal, somente através das descrições do rei do local. A princípio, encanta-se com as inúmeras possibilidades que um imortal deveria ter, mas logo sua empolgação murcha, ao saber que a imortalidade naquela terra é uma desgraça, pois não isenta do envelhecimento, das doenças e da obrigação, aos 80 anos, de doar aos herdeiros ou ao governo todo o patrimônio adquirido. Isso tornava os imortais hostis, invejosos e mal-humorados. A lição de aprendizado que Gulliver leva, a caminho do Japão e na esperança de voltar pra casa, passa a ser a superação do medo da morte e a perda do desejo de ser imortal.

A quarta e última aventura é na terra dos Houyhnhnms. Ao invés de uma tempestade, é a febre que mata quase todos os tripulantes, e o Capitão Gulliver contrata outros homens, sem saber que são bandidos aspirantes à pirataria. Prisioneiro em seu próprio navio, o herói é posteriormente abandonado numa ilha para lá morrer. Encontra nessa ilha seres humanos de aspecto e comportamento assustadoramente primitivos, e cavalos com inteligência e modo de vida semelhante à dos humanos. São os Yahoos e os Houyhnhnms, nessa ordem. Surpreso e decepcionado, após entender a inversão grotesca de atribuições, o viajante consegue convencer os cavalos de que, apesar de pertencer à mesma espécie, é mais evoluído e civilizado, o que lhe garante uma convivência harmoniosa por algum tempo.

Em meio às explicações que tenta dar às perguntas do cavalo cinza sobre os papéis dos homens e dos cavalos de seu mundo, novamente Gulliver se deprime, ao ver-se obrigado a falar na fabricação de navios e armas, nas mentiras que os humanos contam para matar, roubar ou enganar seu semelhante, em nome do desejo de riqueza e poder, da invenção do dinheiro, uma vez que tudo era comprado. Conta sobre a superprodução de alimentos para a exportação e à troca por especiarias, bebidas e adornos desnecessários e prejudiciais à saúde das pessoas. Fala da fome que os pobres passam enquanto os ricos se excedem com extravagâncias. Ao mesmo tempo, ouve o cavalo falar da organização política dos Houyhnhnms, em que não há dirigente; cada um governa a si próprio, somente com o uso do bom senso e da participação coletiva em reuniões onde se decide, em conjunto, as melhorias necessárias. Ouve sobre a educação, centrada no desenvolvimento da força, da velocidade e da resistência em cavalos jovens. Ouve sobre a morte, encarada com naturalidade. Assiste envergonhado a brigas sangrentas entre os Yahoos por comida ou por pedras supostamente preciosas. Constata que os humanos só diferem dos Yahoos na aparência. E passa a gostar mais dos animais do que dos homens.

A convivência pacífica termina quando surgem rumores de alguns cavalos sobre o absurdo de tratarem Gulliver como igual, e sobre a possibilidade de ele usar sua inteligência para liderar os Yahoos e provocar uma rebelião, uma vez que estavam comprovadas as tendências malignas dos humanos. Triste e sem alternativa, o aventureiro constrói um barco e ruma para a ilha mais próxima, não permanecendo nela por muito tempo por causa de nativos furiosos. À deriva no mar, novamente, é resgatado à força por um navio inglês após três dias. É tido como louco ou delirante, pois repele qualquer contato com os humanos durante a viagem de volta. Em casa, a família o recebe de braços abertos, mas ele não é mais um homem feliz, a não ser pela companhia de dois cavalos que resolve comprar. A lição de vida é, talvez, tentar fazer diferente ao menos com os “yahoos” de sua família, transmitindo os bons conhecimentos e os princípios de justiça, honra, verdade e moderação adquiridos nessas aventuras.



5. Swift e os últimos anos

Pouco restou para contar da vida intelectual e política de Swift. As Viagens de Gulliver tornou-se um sucesso desde sua primeira publicação. Em 1729, publicou Uma Modesta Proposta, mal interpretada por muitos em função do seu conteúdo polêmico. Após quase três séculos da publicação dos panfletos, seu tema ainda choca, passando dos limites da ironia cruel, especialmente se lembrarmos que esse texto foi escrito por um clérigo um tanto importante dentro da Igreja Anglicana. Mas foi justamente esse o objetivo de Swift com Uma Modesta Proposta: sacudir violentamente o leitor pelos ombros, para que saísse do estado catártico e acordasse para a triste realidade da miséria. Após esse período, Swift se dedicou à poesia. Morreu em Dublin, como louco, em 1945.



6. Relação com a vivência infanto-juvenil

“Viagens de Gulliver” é uma obra de ficção que brinca com o imaginário do leitor, especialmente o infanto-juvenil, conduzindo-o a uma fantástica viagem aos mundos do Dr. Gulliver. Viajar com o protagonista é conhecer alguns personagens fantásticos que marcaram seus nomes no imaginário adulto, infantil e juvenil por várias gerações, como as criaturas minúsculas de Liliput, os gigantes de Brobdingnag, os sábios obcecados por astronomia, música e matemática da ilha flutuante de Laputa, os primitivos Yahoos - seres semelhantes ao homem de Neanderthal - e os inacreditáveis Houyhnhnms, cavalos racionais e em tudo superiores ao gênero humano.

Mas não é só isso. Jonathan Swift (1667-1745) projeta em sua obra realidades de sua época e, ao mesmo tempo em que conduz o leitor nesta “viagem”, desafia sua inteligência e percepção, apresentando com muito humor algumas críticas às desigualdades sociais e ridicularizando o preconceito das sociedades que discriminam pessoas por motivos estúpidos, como no caso de Liliput, em que os cidadãos se diferem pelo tamanho dos saltos de seus sapatos.

Mesmo tendo sido adaptada para o público infanto-juvenil, a obra de Swfit não fora criada especificamente para esse grupo de leitores. Fora destinada, originalmente, ao público adulto do começo do século XVIII, e somente mais tarde é que fora adaptada para a infância. Mas o que faz com que livros de autores, como Jonathan Swift, ainda que não sejam exclusivamente dedicados às crianças, contenham textos cujo enredo seja tão apreciado pelo público infantil? Cecília Meireles, em seu livro Problemas da literatura infantil, traz algumas referências sobre esta questão, pesquisada e trabalhada pela aluna Ariane Gomes de Lima da FUESP que, em seu trabalho, concluiu:

Os textos desses autores são marcados pela arte de lapidar a palavra, ou seja, são elaborados pela mão cuidadosa que trabalha com esmero na produção de textos que proporcionam prazer e refletem a beleza da palavra escrita. São textos que permitem o pensamento, a interrogação, o sonho e a possibilidade de ligar-se com a humanidade (desse e de outros tempos). São textos que ora brincam com as palavras, ora aproximam conceitos díspares, ora provocam a crítica e a reflexão. Os autores e seus livros permanecem porque não têm prazo de validade, nem perdem a garantia... São livros, assim como afirmou o poeta Pedro Salinas, “que prestam ao espírito do homem um serviço da mais alta qualidade”.
A autora Regina Zilberman também trata da questão da literatura destinada a adultos e adotada por leitores infanto-juvenis, em seu artigo Sensibilização para a leitura , no qual analisa especificamente a obra de Swift:

O romance de Swift, crítico virulento e azedo da sociedade de seu tempo, agradou tanto a infância que acabou deixando a versão original para trás, porque:

a) a viagem é um dos temas que mais agrada ouvintes e leitores de histórias. Walter Benjamin já chamou a atenção para o fato de que as pessoas apreciam muito ouvir o relato dos viajantes que vieram de longe e contam aventuras vividas em outros lugares (Benjamin, 1985).

b) Gulliver, a cada viagem, precisa adaptar-se aos costumes das civilizações que encontra. Em Liliput, é grande demais, e seu gigantismo é considerado ameaçador; em Broddingnog, é muito pequeno, o que o deixa inseguro. Pode-se perceber como Gulliver sintetiza a situação da criança na família e na sociedade, pois, dependendo da circunstância, ela pode ser considerada suficientemente crescida para atuar de maneira responsável; ou então, muito frágil e imatura, sendo então impedida de tomar decisões próprias ou agir de modo independente.

À medida que apresenta outros mundos, o autor faz uma reflexão acerca do mundo em que vive, ou seja, o mundo do qual o leitor faz parte. Qual o homem que, quando jovem, nunca “viajou” na temática de viver em um mundo diferente do real? Todo jovem (ou a maioria, pelo menos) já se viu em meio a situações as quais gostaria de viver em um mundo ficcional, seja a terra ideal sem desigualdades, seja um mundo feito só de doces, um mundo sem pais ou um lugar onde as crianças não crescem. Logo, pode-se deduzir que a obra de Swift brinca justamente com esse devaneio próprio do adolescente: “Como seria um mundo em que...”.

Assim como Lewis Carroll, em Alice no País das Maravilhas, Jonathan Swift também personifica a situação da criança e do adolescente em suas questões existenciais de busca da identidade, na medida em que joga com o “estar grande, estar pequeno” em determinadas e variadas situações, ou seja, ora o infante tem que agir como adulto, ora como criança.

Zilberman também afirma que o jovem leitor de Viagens de Gulliver pode identificar-se com o protagonista ao lembrar, por exemplo, uma circunstância em que tenha se sentido pequeno em relação aos outros, como acontece com o aventureiro na segunda viagem, ou na qual tenha passado por uma situação em precisava ser o “gigante” a resolver problemas de adultos (fora do seu alcance).

Sendo destinada a adultos ou ao público infantil, o certo é que a obra possui uma qualidade de estilo irresistível a qualquer público e, de acordo com Meirelles (1979), os livros que resistem ao tempo são os que possuem uma “essência de verdade” capaz de satisfazer a inquietação humana, ao mesmo tempo em que possuem qualidades que cativam o leitor, mesmo que “nada lhe transmitam de urgente ou essencial”.


7. Sugestões de atividades para sala de aula

As atividades abaixo podem ser trabalhadas pós-leitura ou como incentivo à leitura da obra, culminando o trabalho na leitura das Viagens de Gulliver.

Sugestão de atividade I: conhecendo o outro

1) O professor entrega um fichário com 6 perguntas para os alunos responderem, recolhe uma cópia e pede a eles que fiquem com a outra:

- Como é o lugar onde vivo?

- O que mais gosto nele?

- O que menos gosto?

- Como são as pessoas desse lugar?

- O que elas têm de melhor?

- O que elas têm de pior e deveriam mudar?

2) O professor orientará os alunos para que criem painéis com palavras, fotos e imagens que respondam às questões. Usarão 6 folhas brancas, uma para cada questão, e depois irão colar todas num painel;

3) Enquanto isso, o professor vai ler os fichários para dividir os espaços em 5 cores por afinidade;

4) Cada aluno irá expor seu painel e receberá 4 folhas com as mesmas 6 perguntas. Eles devem fazer 4 viagens (visitar 4 colegas) com cores diferentes e preencher os fichários;

5) O professor vai conversar com os alunos sobre as trocas de experiências e vai convidar os grupos de cores a discutir, em grupo, como seria o lugar ideal;

6) O professor vai orientar os alunos para que escrevam uma história, contando como seria viajar a este lugar, e entreguem junto aos 5 fichários (seus e das 4 viagens).


Sugestão de atividade II: grande X pequeno


1) Pedir para cada aluno escrever 5 coisas que considerem grandes e 5 coisas que considerem pequenas;

2) Colocar as palavras no quadro, observar as mais citadas e destacar as que aparecerem nas duas colunas.

3) Pedir para metade da turma ficar virada para o vídeo e à outra metade para a outra parede; passar trechos do filme “Querida, encolhi as crianças” e pedir aos alunos do vídeo que escrevam 5 coisas que aquelas crianças achariam grandes e 5 que achariam pequenas;

4) Inverter a posição da turma (quem viu o filme fica para o outro lado) e passar trechos de “Querida, estiquei o bebê” e pedir aos alunos do vídeo que escrevam 5 coisas que aquelas crianças achariam grandes e 5 que achariam pequenas;

5) Colocar as palavras no quadro e ver as mais citadas, além de destacar as que aparecerem nas duas colunas;

6) Refletir sobre a relação grande/pequeno, adulto/criança (caso das formigas e dinossauros);

7) Pedir para produzirem uma narrativa contando uma história em que fiquem muito grandes ou muito pequenos.



Referências

CARPEAUX, Otto Maria. Ensaios reunidos: 1942 - 1978. Rio de Janeiro: Topbooks Editora, 1999.
CARVALHAL, Tânia Franco. O próprio e o alheio: ensaios de literatura comparada. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2003.
MEIRELES, Cecília. Problemas da literatura infantil. 2. ed. Sao Paulo: Summus, 1979.
PENNAC, Daniel. Como um romance. 4. ed. Rio de Janeiro : Rocco, 2003.
SWIFT, Jonathan. Viagens de Gulliver. Rio de Janeiro: Editora Globo S. A., 1987.
______. Viagens de Gulliver. 13. ed. Tradução e adaptação: Cláudia Lopes. São Paulo: Scipione, 2001.
______. Panfletos Satíricos. Rio de Janeiro: Topbooks Editora, 1999.




Arquivo Cultura de Travesseiro

Comentários

  1. Angela, montou várias aulas com o post! Bom trabalho.
    Jefhcardoso do
    http://jefhcardoso.blogspot.com

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  2. Fiquei com saudades do tempo em que li As viagens de Gulliver. É emocionante ver os nossos alunos e filhos se interessarem hoje por uma história que também já nos encantou.
    Estão ótimas as refexões sobre a obra e as sugestões de atividades.

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  3. Parabéns pelo Post. Vocês poderiam me indicar a melhor tradução do livro? Por favor, me responda pelo e-mail hagepe@gmail.com. Obrigado.

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  4. Qual foi o pior perigo que Gulliver teve de enfrentar em Brobdingnag ?

    Sabendo a resposta mande por email - leoazevedo.67@hotmail.com


    Obrigado !

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