Cap. IV: a linguagem e a experiência humana
Curso de Linguística Geral
Estudos Pré-Saussurianos
A Teoria da Comunicação
A Língua do Brasil Amanhã e Outros Mistérios
A Linguagem das Placas
O Dinamismo Lexical: O Dizer Nosso de Cada Dia
"Estrangeirismos: Desejos e Ameaças" - Carlos Alberto Faraco
funções das categorias de expressão das linguas só aparecem claramente "no exercícico da linguagem e na produção do discurso" . Tais categorias são "categorias elementres, independentes de toda determinação cultural e nas quais vemos a experiência subjetiva dos sujeitos que se colocm e se situam na e pela linguagem (p.68).
Circunstâncias do Discurso e Subjetividade
Todo homem se coloca em sua individualidade enquanto EU por oposição a TU e ELE, o que reflete uma estrutura de oposições linguísticas inerentes ao discurso.
Desde que o pronome EU aparece num enunciado evocando o pronome TU, realiza um ato novo e único na circunstância do discurso.
A língua provê os falantes de um siste de referências pessoais de que cada um se apropria pelo ato da linguagem e que, em cada instância, é único (p. 69).
Os Pronomes Pessoais
"Fora do discurso o pronome não é senão uma forma vazia, que não pode ser ligada nem a um objeto nem a um conceito. Ele recebe sua realidade e sua substância somente do discurso" (p. 69).
Não só os pronomes pessoais são dessa natureza. Os dêiticos partilham a mesma situação.
Os Dêiticos
Dêiticos Espaciais: Os pronomes demonstrativos, indicando os objetos, organizam o espaço a partir de um ponto central, que é Ego, segundo variações: o objeto está perto ou longe defronte ou detrás, no alto ou em baixo, conhecido ou desconhecido, etc (p.70).
Dêiticos Temporais: A língua conceitualiza o tempo de modo totalmente diferente da reflexão. Alguns enganos:
- Algumas línguas não-flexional, que parecem não ter verbo, mas a categoria do verbo pode ser reconhecida nessas, e a expressão do tempo é compatível com todos os tipos de estrutura linguística.
- O sistema temporal de uma língua são mais divergentes. Não reproduz a natureza do tempo "objetivo", pois são construções diversas só real.
Há um tempo específico da língua, mas antes de chegar lá, é necessário verificar as duas noções distintas do tempo: tempo físico e tempo crônico.
Tempo Físico: É um contínuo uniforme, infinito, linear, variável (Para cada indivíduo tem uma medida), medido pelo ritmo da vida interior de cada indivíduo.
Tempo Crônico: É o tempo dos acontecimentos. Podemos lançar os olhos sobre os acontecimentos e percorrê-los em duas direções:
Presente ---> Passado
Passado ---> Presente
O tempo crônico, congelado na história, admite uma consideração bidirecional, enquanto que nossa vida vivida corre num único sentido.
No tempo crônico "tempo" é a continuidade em que se dispoem os acontecimentos. Os acontecimentos estão no tempo, mas não são o tempo (p. 71).
"Tudo está no tempo, exceto o próprio tempo. Ora, o tempo crônico, como o tempo físico, comporta uma dupla versão, objetiva e subjetiva" (p 72).
O tempo crônico é socializado, é tempo do calendário que se dá a partir de certas condições:
Estativa Diretiva Mensurativa
"cômputo zero" "antes / depois" "fenômenos cósmicos"
nascimento Cristo a.C / d.C rotação terra / translação
Esse pontos de referências dão a posição objetiva dos acontecimentos, e definem nossa situação em relação a esses acontecimentos. Nos informam 'onde' estamos na vastidão da história (p.73).
Se o computo dos intervalos não fossem fixo e imutáveis estaríamos perdidos em um tempo em um tempo errático, e todo nosso universal mental não teria como se orientar. "A organização do tempo crônico é, na realidade, intemporal" (p. 73).
O calendário é exterior ao tempo ele não o acompanha. O tempo crônico fixado num calendário é estranho ao tempo vivido e não pode coincidir com ele.
Tempo Linguístico: Ligado ao exercício da fala e centrado no presente da instância da fala. Ele situa o acontecimento como contemporâneo da instância do discurso que o menciona.
O Presente Linguístico
É o fundamento das oposições temporais da língua. A línguagem dispõe de uma única expressão temporal - o presente - que é por natureza implícito (p. 75).
A língua ordena o tempo a partir de um eixo que é a instância do discurso.
O passado e o futuro são, na enunciação, pontos vistos para trás e para e para frente,a partir do presente linguístico.
A instância específica de que resulta o presente é cada vez nova. Se narro o que "me aconteceu", o passado ao qual me refiro não é definido senão em relação ao presente de meu ato de fala.
O tempo do discurso comporta suas próprias divisões em sua própria ordem, independentes do tempo crônico (p.78).
"Aquele que diz "agora, hoje, neste momento" localiza umacontecimento como simultâneo a seu discurso" (p.78).
Tempo Linguístico e Tempo Crônico
Assim como o pronome EU o HOJE, separado do discurso - fora do presente linguístico - não identifica nenhuma data; o signo HOJE pode ter sido proferido em qualquer dia do calendário e ser aplicado a todo dia.
O único modo de significá-lo é explicitar o dia do calendário, assim como se dá nas cartas, por exemplo: Hoje, 03 de maio de 2011.
Operadores de Transferência do Tempo Linguístico ao Tempo Crônico
Índices do distanciamento subjetivo: deslocamento do tempo linguístico para trás ou para frente, a partir do presente linguístico:
ONTEM <---HOJE ---> AMANHÃ
ÚLTIMO <---ATUAL--->PRÓXIMO
Exemplo: Há oito dias (há = antes)
Em três dias (em = depois)
Arquivo Cutura de Travesseiro
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